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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 991-1

991-1

PREVALÊNCIA DE Streptococcus equi subsp equi ISOLADOS DE EQUINOS EM SANTA CATARINA

Autores:
Roberta Farias Veiga (UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina) ; Luiza Netz Clarindo (UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina) ; Arthur Lopes Fensterseifer (UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina) ; Lidiane Raquel Eloy (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Sandra Maria Ferraz (UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina)

Resumo:
Afecções do sistema respiratório são de grande importância na equideocultura, produzindo significativas perdas econômicas se sua detecção e tratamento não forem realizados precocemente. A Adenite equina é uma doença infectocontagiosa responsável pelo afastamento de animais das atividades de treinamento e reprodução. Sabe-se que o reconhecimento do estado de portador é de extrema importância para o correto controle e eliminação do problema em propriedades endêmicas. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo de prevalência de Streptococcus equi subsp equi (S. equi) no Estado de Santa Catarina. Foram coletadas 420 amostras de suabe nasal de equinos, sendo 70 amostras de cada uma das seis regiões do Estado (Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Norte, Sul, Oeste e Serrana), em propriedades com diferentes perfis, animais de diferentes raças, ambos os sexos e acima de seis meses de idade, sendo os animais sintomáticos ou assintomáticos. O número de amostras foi definido por meio de teste de suficiência amostral com prevalência estimada de 50%, sendo este realizado com o uso do pacote samplingbook do programa estatístico RStudio (versão 1.4.1717). Para definir os municípios integrantes do estudo, foi estipulado que pelo menos três municípios de cada região seriam amostrados, sendo estes os com maior população equina, segundo a base de dados SIGEN/CIDASC de 02/2022. As amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Bacteriologia – CEDIMA (CAV/UDESC) para isolamento e caracterização fenotípica de cepas de Streptococcus. Para a diferenciação das principais subespécies de Streptococcus equi foi utilizado o perfil de fermentação de açúcares (lactose, maltose, sorbitol e trealose). Foram isoladas 49 cepas de Streptococcus sp., sendo a prevalência do S. equi de 0,95% (4/420), isolados nas regiões do Vale do Itajaí (dois, sendo ambos animais sintomáticos em uma propriedade registrando surto da doença), Oeste (um animal assintomático oriundo de propriedade com histórico de surto oito meses antes da amostragem) e Serrana (um, sendo de animal com sintomas leves, porém sem histórico de surto na propriedade). No total foram visitadas 39 propriedades equestres e obtendo como prevalência a nível das propriedades 7,69% (3/39). Apesar das coletas terem respeitado proporcionalmente machos e fêmeas, o número de isolados positivos para S. equi foi 100% em fêmeas e 100% das propriedades positivas a principal atividade na fazenda é a reprodução de equinos. A baixa prevalência encontrada no estado de Santa Catarina é semelhante a encontrada no Rio Grande do Sul, estados esses que fazem fronteira entre si, em estudo realizado em 2016, que obteve uma prevalência de 2,37%, e outro realizado na Índia em 2013, com 2,87%, porém são contrários aos dados encontrados em São Paulo em 2016, com 14,9%, no Canadá em 2008, com 18,4% e na Colômbia em 2022, com 13,8%. Atualmente a adenite equina é considerada uma zoonose, podendo ser transmitida de animais para seres humanos. Cada vez mais diagnósticos de infecções por S. equi em humanos tem sido relatada, se fazendo necessário o conhecimento da real situação desse microrganismo nos animais. A partir desses dados, pode-se dizer que o Estado de Santa Catarina apresenta uma baixa prevalência de S. equi e, apesar de apenas um dos animais ser assintomático, mostra a circulação do S. equi na propriedade, podendo ser uma fonte de infecção para outros animais.

Palavras-chave:
 Adenite equina, epidemiologia, perfil fenotípico, trato respiratório superior, cavalo


Agência de fomento:
CAPES e FAPESC